Para adultos sobreviventes de cancro infantil, a intolerância ao esforço físico, ou ao exercício, pode estar relacionada à saúde emocional, à capacidade de integração na sociedade e à qualidade de vida relacionada à saúde.
A conclusão foi de um estudo realizado pelo St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos.
De acordo com o Pulmonology Journal, pode definir-se “’intolerância ao exercício’ numa perspetiva clínica à incapacidade que o doente apresenta para realizar tarefas que os indivíduos saudáveis considerariam toleráveis”.
“A intolerância ao exercício está associada ao aumento do risco de morbimortalidade em sobreviventes de cancro infantil. Isso é um dado que damos como concreto. No entanto, ainda não tinha sido analisada uma associação entre a intolerância ao exercício e resultados psicossociais”, explicaram os autores do estudo.
Através da plataforma St. Jude Lifetime Cohort, um total de 1 041 adultos sobreviventes de cancro infantil e 286 controlos foram incluídos no estudo, que ocorreu entre 1 de abril de 2012 a 15 de março de 2020.
A principal exposição foi a intolerância ao exercício, considerada como o consumo relativo de oxigénio em pico <85% dos níveis estimados, com base na idade e sexo, dos testes de exercício cardiopulmonar.
Análises primárias destacaram o sofrimento emocional, um pobre desempenho social e uma baixa qualidade de vida como estando associados à intolerância ao exercício físico.
De referir que os sobreviventes de cancro infantil analisados tinham uma idade média de 35,5 anos; 50,7% da amostra era composta por mulheres.
O estudo mostrou que a população de sobreviventes de cancro infantil teve uma taxa mais alta de intolerância ao exercício do que o grupo de controlo, cerca de 60,9% em comparação com 26,2%, respetivamente.
Outros fatores levaram os especialistas a associar a intolerância ao exercício a um risco aumentado de ansiedade.
“Os resultados deste estudo sugerem que a intolerância ao exercício está associada ao stress emocional, à obtenção de papéis sociais e à qualidade de vida relacionada à saúde de sobreviventes de cancro infantil. Para além disso, estas descobertas também sugerem que o aprimoramento da capacidade fisiológica pode beneficiar a saúde e o bem-estar gerais, bem como a saúde emocional, a capacidade de participar em papéis sociais e a qualidade de vida relacionada à saúde”.
O estudo foi publicado pela revista JAMA Oncology.
Fonte: DOC Wire News / Pneumology Journal