Os tratamentos para o cancro têm efeitos secundários. Enquanto ajudam a “matar” as células do cancro, também podem afectar algumas células boas.
Esses efeitos podem ser de dois tipos: curto prazo, que acontecem durante o tratamento, e longo prazo, que continuam meses ou até anos depois do tratamento.
A curto prazo, os efeitos mais comuns da quimioterapia são:
- queda de cabelo (alopécia);
- diminuição das células do sangue, o que pode causar anemia, infecções ou sangramentos;
- náuseas e vómitos;
- perda de apetite e peso.
A longo prazo, com os avanços nos tratamentos, muitos cancros nas crianças podem ser curados, usando quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Hoje, cerca de 80% das crianças que têm cancro curam-se, mas como o corpo das crianças ainda está a crescer, esses tratamentos podem causar efeitos no futuro, tais como:
Problemas de aprendizagem, alterações da coordenação motora, problemas comportamentais, de concentração e de memória e crescimento mais lento.
Nos casos de radiação na área dos olhos é possível que apareçam cataratas, alteração do crescimento do osso à volta dos olhos e da forma do rosto.
Diminuição da intensidade auditiva.
A radioterapia na região da cabeça e pescoço pode levar à diminuição da produção de saliva e alterações dentárias, como o tamanho reduzido dos dentes (coroa ou raiz do dente), e esmalte sem a consistência habitual.
Diminuição no ritmo de crescimento, como consequência da radioterapia sobre os ossos ou sobre glândulas endócrinas.
A radioterapia para o pescoço ou para a cabeça pode provocar hipotiroidismo (actividade reduzida da glândula tiróide).
Utilização de medicamentos nomeados antraciclinas, que podem provocar uma diminuição da função cardíaca.
Pacientes que tiveram radiação no tórax, poderão ter uma diminuição no volume dos pulmões, tosse seca, dificuldade respiratória, fibrose pulmonar e pneumonite.
Os rapazes, podem ter redução da produção de esperma. Mais raras são as alterações na produção de testosterona.
Nas raparigas, a utilização da quimioterapia e radioterapia sobre o abdómen pode afectar os ovários. A utilização de alguns medicamentos pode aumentar o risco de infertilidade, irregularidade dos ciclos menstruais e menopausa precoce.
No entanto, os filhos dos sobreviventes não têm risco aumentado de malformações congénitas ou doença oncológica na infância.
