É natural que surjam muitas dúvidas sobre o cancro e os procedimentos que podem ser necessários. Veja perguntas e respostas que ajudam a esclarecer as questões mais comuns dos pais e familiares de uma criança com esta doença.
Oncologia é a área da medicina que estuda os tumores malignos, como se desenvolvem no corpo e quais as terapias recomendadas para o tratamento.
Não. O cancro não se transmite de pessoa para pessoa, por isso não há motivo para as pessoas se manterem afastadas do doente.
A gravidade depende de vários factores:
- Tipo de cancro.
- Fase em que foi descoberto (evolução).
- Capacidade de as células malignas se espalharem para outras partes do corpo (metástases).
O cancro pode ser curado?
A cura depende do tipo de tumor, do estádio da doença e de um diagnóstico atempado. Quanto mais cedo se descobrir o cancro, maior a probabilidade de cura. Mesmo nos casos mais difíceis, há tratamentos que podem prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida.
Não. Porém, alguns factores genéticos (herdados dos pais) podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de certos tipos de cancro.
Recidiva é o reaparecimento da doença após um período em que parecia haver controlo ou cura.
Sim. Os pais podem consultar outros médicos. Mas os tratamentos indicados por outros profissionais podem não ser aceites pela equipa actual se estes considerarem que não são adequados ou não têm base científica sólida.
Sim, se os pais assim o desejarem. Mas, nesse caso, normalmente todas as despesas ficam a cargo da família. O Estado só financia tratamentos noutros centros (em Portugal ou no estrangeiro) se a equipa médica actual considerar essa transferência necessária para a recuperação da criança.
São planos de tratamento criados pelos médicos, de acordo com o tipo e o grau de evolução da doença. Estes protocolos indicam quais os meios mais eficazes em cada situação.
É a autorização por escrito, dada pelos pais (ou pelo próprio doente ao atingir a maioridade), para realizar certos tratamentos ou cirurgias. Em casos raros, se os pais recusarem um tratamento vital para a criança, a lei pode permitir que os médicos tomem essa decisão temporariamente.
São grupos formados por especialistas de vários países que trocam experiências e colaboram em estudos sobre novos tratamentos de cancro. Se o hospital onde a criança é tratada pertence a um desses grupos, há mais hipóteses de partilha de conhecimentos e de acesso a tratamentos actualizados.
Os pais podem recorrer a terapias alternativas, mas devem sempre informar os médicos. Os tratamentos alternativos não devem substituir os métodos convencionais, pois alguns produtos naturais ou dietas podem ser prejudiciais. É fundamental que os médicos estejam a par de tudo o que a criança está a tomar ou a fazer.
O hospital pode oferecer:
- Apoio social: assistentes sociais ajudam na ligação a recursos e apoios.
- Apoio psicológico: psicólogos podem acompanhar a criança e a família.
- Apoio lúdico e educacional: educadores e professores podem acompanhar a criança no seu processo de aprendizagem.
- Voluntários: diversas associações prestam apoio e acompanhamento.
São cuidados que reduzem os sintomas provocados pelo cancro e os efeitos secundários dos tratamentos. Podem ser aplicados ao mesmo tempo que os tratamentos de cura.
Ensaios clínicos servem para testar novas terapias contra o cancro. Podem trazer benefícios, mas também alguns riscos, por serem tratamentos experimentais. Se estiver interessado, fale com o médico responsável para saber se há algum ensaio adequado ao caso do seu filho.
Para pesquisar, pode consultar bases de dados como:
- Rede Nacional de Ensaios Clínicos (www.rnec.pt)
- Portugal Clínica Trial (www.portugalclinicaltrials.com)
- European Union Clínica Trial Registre (clinicaltrialsregister.eu)
- Clinica Trials.gov (www.clinicaltrials.gov)
Atenção: nem todas as bases de dados estão sempre actualizadas. É fundamental falar primeiro com o médico que acompanha a criança.
Os médicos avaliam:
- O tipo de cancro.
- O tamanho do tumor.
- A capacidade de crescimento do tumor.
- A existência ou não de metástases.
- O estado geral de saúde do doente.
Depende do estado clínico. Se for necessário um tratamento mais intenso ou cirurgias, pode haver necessidade de internamento. Assim que a criança melhorar, poderá ficar em casa e voltar ao hospital só para tratamentos ou exames.
Sim, desde que tenha os devidos cuidados. O sistema imunitário da criança pode ficar mais frágil. Por isso, devem ser evitados locais com muitas pessoas (centros comerciais, transportes públicos) e o contacto com pessoas doentes. Locais ao ar livre ou com poucas pessoas (como jardins) são boas opções.
Sim. Muitos pais sentem raiva e impotência ao receber a notícia. Este sentimento não deve causar culpa. O mais importante é procurar apoio e restabelecer o equilíbrio emocional para ajudar a criança da melhor forma possível.
