Um novo estudo do Prinses Máxima Centrum (Países Baixos) alerta para os possíveis efeitos negativos de uma ingestão muito elevada de proteína, especialmente em grupos vulneráveis como crianças com cancro. A investigação foi conduzida no grupo de Hoeijmakers e publicada na revista Nature Metabolic Health and Disease.
O estudo foi realizado em ratinhos com envelhecimento acelerado, que receberam o dobro da quantidade de proteína recomendada e menos hidratos de carbono do que o habitual. Estes animais apresentaram mais danos no ADN e uma redução significativa na esperança de vida.
Segundo Ivar van Galen, investigador do grupo de Hoeijmakers e primeiro autor do estudo, “o excesso de proteína que o organismo não utiliza para funções essenciais, como a construção de músculo, é transformado em energia – e esse processo pode originar subprodutos que danificam o ADN”.
Resultados com impacto em crianças com cancro
Wilbert Vermeij, investigador principal da equipa, explicou que os dados obtidos nos ratinhos com envelhecimento acelerado foram comparados com dados anteriores em ratinhos normais, ratos e humanos, e revelaram tendências semelhantes. Isso sugere que os efeitos observados poderão ser também relevantes para crianças com cancro.
Estas crianças, muitas vezes já com maior risco de dano genético devido aos tratamentos que recebem, poderão ser mais sensíveis aos efeitos de um consumo exagerado de proteína.
“Embora seja raro que crianças com cancro tenham dietas muito ricas em proteína, convém estar atento. O risco adicional de dano no ADN deve ser evitado sempre que possível”, sublinha Vermeij.
Investigação continua no Máxima
Para perceber melhor o impacto da alimentação na saúde destas crianças, foi iniciado recentemente o estudo FitCo, também no Prinses Máxima Centrum. O estudo inclui a análise da ingestão de proteína e a recolha de amostras de sangue para avaliar o stress de transcrição – um indicador de danos no ADN.
O objetivo é compreender como a alimentação, o exercício físico e a composição corporal influenciam os resultados dos tratamentos e a qualidade de vida das crianças com cancro.
Este estudo é financiado pelo National Institutes of Health (EUA), por três instituições holandesas: Instituto Nacional de Saúde Pública e Ambiente dos Países Baixos, pela Regiodeal Foodvalley e pelo Oncode Institute.
Fonte: Princess Máxima Center