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Nova esperança na imunoterapia: estudo mostra que idade não afeta eficácia do tratamento

Um estudo publicado na revista Nature Communications concluiu que a imunoterapia com inibidores de checkpoints imunitários pode ser eficaz em pessoas de diferentes idades, incluindo adultos mais velhos. Esta descoberta tem implicações importantes para a investigação e tratamento do cancro, incluindo o cancro pediátrico, ao ajudar a compreender melhor como o sistema imunitário reage a este tipo de terapêutica.

A investigação foi liderada por Daniel Zabransky, da Universidade Johns Hopkins (EUA), e envolveu o acompanhamento de 104 pessoas com diferentes tipos de cancro que estavam a ser tratadas com imunoterapia. Os investigadores analisaram amostras de sangue recolhidas antes e após o início do tratamento para perceber como o sistema imunitário respondia.

Os resultados mostraram que, apesar das diferenças naturais do sistema imunitário ao longo da vida – como uma menor produção de citocinas e redução das células T “ingénuas” nos adultos mais velhos – a resposta ao tratamento foi semelhante entre os dois grupos. Esta conclusão reforça a ideia de que a imunoterapia pode ser uma opção segura e eficaz em diferentes faixas etárias.

Além disso, o estudo observou que os adultos mais velhos apresentaram uma expansão mais robusta de células T efetoras entre os que responderam positivamente ao tratamento, sugerindo que certas características do sistema imunitário envelhecido podem, nalguns casos, até beneficiar a resposta à terapêutica.

Embora o estudo tenha sido realizado em adultos, os seus resultados contribuem para uma melhor compreensão do funcionamento da imunoterapia e podem abrir caminho para a adaptação de abordagens semelhantes no tratamento de cancro pediátrico. As terapias que utilizam inibidores de checkpoints imunitários estão a ser cada vez mais estudadas em vários tipos de cancro, incluindo tumores cerebrais em crianças.

O estudo, conduzido em parceria com o Hospital Johns Hopkins, o Brigham and Women’s Hospital e outros centros nos Estados Unidos, destaca ainda a importância de desenvolver tratamentos personalizados e adequados à idade, respeitando as especificidades do sistema imunitário em cada fase da vida.

Embora mais estudos sejam necessários antes da aplicação generalizada destes resultados em crianças e adolescentes, os autores sublinham que compreender melhor os mecanismos da imunoterapia em diferentes idades pode ajudar a melhorar os cuidados e aumentar as opções terapêuticas para todas as pessoas com cancro, incluindo os mais jovens.

Fonte: World Economic Forum

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