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Nova estratégia mostra potencial para travar a progressão do meduloblastoma metastático

Um estudo publicado na Nature Cell Biology revelou um mecanismo que ajuda o meduloblastoma — o tumor cerebral maligno mais frequente em crianças — a espalhar-se e a crescer nas leptomeninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal.

A investigação foi conduzida por uma equipa internacional de cientistas do Baylor College of Medicine e do Texas Children’s Hospital (EUA), bem como do The Hospital for Sick Children – SickKids (Canadá), entre outras instituições.

Os investigadores identificaram uma via de comunicação entre células tumorais metastáticas e fibroblastos das leptomeninges que favorece o crescimento e a propagação do tumor. A interrupção desta comunicação poderá constituir uma nova abordagem terapêutica promissora.

“Sabíamos que havia uma interação entre as células tumorais e as células do microambiente que as rodeiam. Agora conseguimos descobrir como essa comunicação acontece, e como contribui para o avanço da doença”, explicou Namal Abeysundara, autor principal do estudo, que na altura integrava a equipa do Laboratório de Michael Taylor no Hospital for Sick Children, no Canadá.

O estudo demonstrou que as células tumorais libertam a proteína PDGF, que recruta fibroblastos meníngeos. Estes fibroblastos são reprogramados e passam a produzir proteínas, como BMP4 e BMP7, que promovem ainda mais o crescimento e a disseminação do tumor.

Dados reforçam o potencial de terapias

Além disso, ao bloquear o sinal do PDGF através de um anticorpo neutralizante (anti-PDGF-R), os investigadores observaram um aumento significativo da sobrevivência em modelos animais. Estes dados reforçam o potencial de terapias que interrompam as interações entre o tumor e o seu microambiente.

“O meduloblastoma metastático é a principal causa de complicações e mortalidade nas crianças com este tipo de tumor. Descobrir esta via de comunicação é um passo importante para encontrar formas mais eficazes de tratamento,” afirmou Michael Taylor, neurocirurgião no Texas Children’s Hospital e investigador no Baylor College of Medicine (EUA).

Os autores sublinham ainda que esta descoberta pode ter implicações noutros tipos de cancro que também se disseminam pelas leptomeninges, como o melanoma, o cancro da mama e o do pulmão.

Esta investigação lança nova luz sobre a complexidade da progressão do meduloblastoma e reforça a importância de considerar o papel das células não tumorais no desenvolvimento da doença.

Fonte: Medical Xpress

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