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Subsídio para pais de crianças com cancro vai aumentar, mas famílias continuam a pedir mais apoio

A partir do próximo ano, os pais de crianças com cancro pediátrico vão passar a receber 100% do seu salário, até ao limite de 1.600 euros mensais, durante o período de assistência ao filho. A medida, incluída no Orçamento do Estado de 2026, representa um avanço significativo face ao regime atual, que previa apenas 65% do rendimento, com um limite máximo de pouco mais de 1.000 euros. O apoio continua a aplicar-se apenas a um dos progenitores.

Este aumento é o resultado de uma luta de vários anos de pais e da associação Acreditar, que acompanham de perto os desafios enfrentados pelas famílias desde o momento do diagnóstico. Apesar do progresso, as famílias alertam que ainda há muito por fazer.

Pais e a Acreditar entregaram uma carta aberta dirigida à Presidência da República, Assembleia da República e Governo, onde apelam à adoção de medidas concretas para garantir condições justas a quem cuida e melhores respostas durante todo o percurso da doença.

As dificuldades sentidas vão além da quebra de rendimentos. Segundo cálculos da Acreditar, muitas famílias enfrentam uma perda média de 400 euros por mês, numa fase em que as despesas aumentam com deslocações, medicamentos, alimentação e reorganização da vida familiar.

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 400 novos casos de cancro pediátrico por ano — uma das taxas mais elevadas da União Europeia. Estima-se que cada caso tenha impacto direto em cerca de 100 pessoas, entre familiares, amigos, vizinhos e comunidade escolar.

Este novo apoio é um passo importante, mas as famílias reforçam que o acompanhamento da doença exige uma resposta mais ampla e contínua, capaz de proteger quem cuida — não apenas no início, mas ao longo de todo o percurso.

FONTE: Sic Notícias

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