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Ansiedade e depressão mais intensas em jovens com cancro: estudo alerta para impacto psicológico

Adolescentes e jovens adultos com cancro enfrentam taxas significativamente mais elevadas de ansiedade e depressão do que os adultos mais velhos. As conclusões são de um estudo norte-americano publicado na revista JAMA Network Open, que envolveu mais de 40 mil doentes oncológicos, incluindo 2 598 jovens entre os 18 e os 39 anos.

O trabalho foi realizado no âmbito do programa Cancer Moonshot, autorizado pela 21st Century Cures Act (EUA), com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos doentes com cancro através da monitorização contínua de sintomas.

Resultados preocupantes em saúde mental

Os dados mostram que 36,8% dos jovens relataram ansiedade moderada a grave (face a 26,6% nos adultos ≥ 40 anos), e 28,2% apresentaram sintomas de depressão (vs. 23,6%). A fadiga e o comprometimento da função física foram, contudo, menos frequentes nesta faixa etária.

Entre os principais sintomas avaliados estiveram: ansiedade, depressão, fadiga, dor, perturbações do sono e limitações funcionais. Os participantes utilizaram uma escala de gravidade de 0 a 10, agrupando os sintomas como leves (0-3), moderados (4-6) ou graves (7-10).

Impacto de fatores sociais e pessoais

A análise revelou também que jovens do sexo feminino, desempregados, com incapacidade, a viver em zonas rurais ou divorciados/separados apresentaram maior risco de sintomas graves.

‘As elevadas taxas de ansiedade e depressão moderada a grave nesta população são preocupantes, especialmente perante os alarmantes aumentos de suicídio nos últimos anos’, alertam os autores.

Implicações para os cuidados oncológicos

O estudo integrou o ensaio clínico E2C2 (Enhanced, EHR-Facilitated Cancer Symptom Control), que avalia a eficácia da monitorização sistemática dos sintomas em ambiente clínico. A recolha de dados decorreu entre março de 2019 e janeiro de 2023.

A investigação foi liderada por Michael H. Storandt, da Mayo Clinic (EUA), e sublinha a importância de uma abordagem mais integrada à saúde mental nos cuidados prestados a adolescentes e jovens adultos com cancro, promovendo não só o controlo da doença, mas também o bem-estar psicológico.

Fonte: Medscape

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