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Maior risco de diabetes em adultos que tiveram cancro pediátrico

Um novo estudo realizado no Princess Máxima Center for Pediatric Oncology (Países Baixos) concluiu que adultos que tiveram cancro pediátrico têm maior probabilidade de desenvolver diabetes em idades mais jovens.

Graças aos avanços na medicina, cerca de 80% das crianças com cancro conseguem, atualmente, ser curadas. No entanto, os tratamentos utilizados — como a quimioterapia e a radioterapia — podem ter efeitos a longo prazo na saúde. Um desses efeitos é o desenvolvimento de diabetes mellitus, uma doença crónica em que o corpo tem dificuldade em regular os níveis de açúcar no sangue.

Diagnóstico de diabetes mais precoce

O estudo analisou os dados de saúde de mais de 2.300 adultos sobreviventes de cancro pediátrico, comparando-os com os de mais de 130 mil pessoas sem historial de cancro. Os resultados revelaram que os sobreviventes têm três vezes mais probabilidade de desenvolver diabetes — sobretudo aqueles que receberam radioterapia abdominal ou corporal total.

De acordo com Melissa Bolier, investigadora no Princess Máxima Center e no Erasmus MC (Países Baixos), a diabetes foi diagnosticada, em média, aos 33 anos nos sobreviventes, enquanto na população de controlo surgiu por volta dos 44 anos. Estes dados sugerem que os tratamentos oncológicos podem acelerar o envelhecimento do organismo.

Oportunidades de prevenção

Apesar de alguns fatores de risco não poderem ser alterados, como a exposição anterior à radioterapia, outros podem ser modificados. Um índice de massa corporal elevado e um metabolismo lipídico alterado foram associados a um risco mais alto de desenvolver diabetes. “Alterações no estilo de vida, como o aumento da atividade física e a perda de peso, que já se mostraram eficazes na população geral, podem também ser benéficas para quem sobreviveu a um cancro pediátrico”, sublinha Bolier.

Dados holandeses, impacto global

O estudo DCCSS LATER 2 é uma iniciativa única nos Países Baixos, oferecendo um retrato representativo da saúde a longo prazo de quem enfrentou um cancro na infância. Estes resultados são também relevantes para outros países, uma vez que os protocolos de tratamento diferem de região para região, o que torna essencial compreender os efeitos a longo prazo em diferentes contextos.

Este trabalho reforça a importância do acompanhamento contínuo da saúde metabólica dos sobreviventes de cancro pediátrico — e sublinha o valor de estratégias de prevenção adaptadas às suas necessidades específicas.

Fonte: Princess Máxima Center

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