Search

Estudo propõe nova abordagem para diagnóstico e tratamento da histiocitose de células de Langerhans

Investigadores do Baylor College of Medicine e do Texas Children’s Hospital (EUA), em colaboração com o UPMC Children’s Hospital of Pittsburgh, após analisarem durante vários anos dados de 385 crianças e adolescentes com histiocitose de células de Langerhans (LCH), propuseram uma revisão significativa na forma como é diagnosticada e tratada a doença. 

A LCH é um tipo raro de cancro em que células do sistema imunitário, chamadas células de Langerhans, crescem de forma anómala, podendo formar tumores em vários órgãos. Em alguns casos, estas células inflamadas migram para o cérebro, causando degeneração neurológica associada à LCH, com impacto na motricidade fina.

O estudo, publicado na revista Blood, identificou alterações genéticas em células precursoras do sangue que permitem prever maior risco de insucesso do tratamento e maior probabilidade de desenvolver neurodegeneração associada à LCH.

Segundo Carl Allen, um dos autores principais, as abordagens atuais de estadiamento da doença baseiam-se em métodos antigos e não consideram a natureza genética da LCH. “Hoje, todos os pacientes com LCH sistémica recebem basicamente o mesmo esquema de quimioterapia, que cura menos de metade dos casos e tem pouca eficácia contra a neurodegeneração”, explicou.

O trabalho revelou ainda que células precursoras mutadas, escondidas na medula óssea, podem passar despercebidas em análises tradicionais. Para identificar corretamente estas células, são necessárias técnicas moleculares avançadas, e não apenas métodos de coloração convencionais, destacou Jennifer Picarsic, do UPMC Children’s Hospital of Pittsburgh.

A investigação seguiu os participantes por um período mediano de quatro anos, analisando a presença da mutação BRAFV600E no sangue e na medula óssea antes do início da terapêutica. Os resultados mostram que pacientes com esta mutação em células precursoras têm risco significativamente maior de recaída e de complicações neurológicas.

De acordo com D. Will Parsons, do Texas Children’s Cancer and Hematology Center, esta nova visão sobre a biologia da doença, aliada ao uso de exames de imagem modernos e testes moleculares sensíveis, abre caminho para tratamentos mais personalizados e eficazes.

O estudo reforça a importância de adaptar os protocolos de diagnóstico e tratamento à biologia subjacente da LCH, oferecendo novas esperanças para melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida dos jovens afetados.

Fonte: Medical Xpress

Explore
Drag