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Investigadores criam tratamento mais seguro para leucemia pediátrica

Uma equipa da Universidade de Illinois Chicago (EUA) desenvolveu uma nova versão da asparaginase, um medicamento essencial no tratamento da leucemia linfoblástica aguda, a forma mais comum de cancro pediátrico. A inovação visa manter a eficácia do fármaco, reduzindo os seus efeitos secundários graves, como coágulos sanguíneos e danos no fígado.

Se aprovado, este novo composto poderá beneficiar um maior número de doentes e até ser utilizado no tratamento de outros tipos de cancro.

Uma enzima redesenhada para maior segurança

A asparaginase funciona ao eliminar um aminoácido essencial chamado asparagina, do qual algumas células cancerígenas dependem para sobreviver. No entanto, a versão atualmente disponível pode desencadear fortes reações imunológicas, obrigando muitos doentes a interromper o tratamento. Além disso, a sua curta duração no organismo exige administrações frequentes, aumentando o desconforto dos doentes.

Para contornar estas limitações, a equipa de investigação recorreu à engenharia de proteínas e voltou às origens da enzima, estudando a sua versão presente em porquinhos-da-índia. Como os mamíferos possuem enzimas semelhantes às humanas, os investigadores esperavam que esta variante fosse mais bem tolerada pelo organismo.

“Ajustámos a estrutura da enzima para torná-la mais próxima da versão humana, reduzindo o risco de rejeição pelo sistema imunitário”, explicam os cientistas.

Durante este processo, descobriram também que a nova enzima tinha um efeito inesperado, mas muito positivo: uma maior duração no organismo, permitindo tratamentos menos frequentes e menos agressivos.

Testes promissores e futuro da investigação

Os testes realizados em modelos animais de leucemia linfoblástica aguda demonstraram que a nova asparaginase conseguiu eliminar eficazmente as células cancerígenas sem causar os efeitos tóxicos da versão tradicional.

Além disso, os investigadores testaram a enzima em modelos de melanoma e cancro do fígado, onde obteve resultados igualmente promissores.

“Estamos entusiasmados por ver a nossa investigação a progredir para uma possível aplicação clínica que pode melhorar significativamente a vida dos doentes”, afirmam os cientistas.

Atualmente, a equipa está a realizar os estudos necessários para obter aprovação da U.S. Food and Drug Administration (EUA) e avançar para os primeiros ensaios clínicos em humanos.

Se bem-sucedida, esta inovação poderá não só melhorar a segurança do tratamento da leucemia pediátrica, como abrir portas para novas abordagens terapêuticas contra outros tipos de cancro.

Fonte: Medical Xpress

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