A tua vida mudou agora. É normal sentires-te triste, desanimado ou com medo do que vai acontecer. Às vezes, podes até pensar que ninguém entende o que sentes e que é difícil falar sobre esta doença. Se isso acontecer, tenta conversar com os teus pais, amigos ou médicos. Falar faz bem.
Há meninos e meninas que já passaram ou estão a passar pelo mesmo que tu. Eles escreveram sobre o que sentiam. Ver as histórias deles pode ajudar-te a perceber que não estás sozinho.
“Fiquei muito zangado e perguntei: ‘Porquê eu?’. Diziam-me que não era minha culpa.”
(António in 1)
“Não acreditei. Parecia um pesadelo. Queria acordar e voltar ao que era antes.”
(Vera in 1)
“Fiquei em pânico e não sabia o que fazer. Felizmente, os meus pais estavam lá para me apoiar.”
(Mateus in 1)
“Falar com os médicos ajudou-me. Eles responderam às minhas perguntas e deram-me coragem.”
(Pedro in 1)
“Ao início pensei: ‘Porquê eu?’. Depois percebi que tinha de lutar. Hoje sou mais feliz e agradeço a quem me apoiou.”
(Diana in 2)
“Antes, tinha medo quando chegava ao hospital. Agora aprendi a ficar calma.”
(Jacqueline in 1)
“Gostava de nunca mais sentir o cheiro do hospital. Às vezes sonho com ele e acordo a pensar que lá estou.”
(David in 1)
“Prefiro ter efeitos secundários do que deixar a minha doença piorar.”
(Ahmed in 1)
“O meu cabelo começou a cair e fiquei com peladas. Fui ao dermatologista e agora está a crescer outra vez.”
(Pedro in 2)
“Decidi cortar o cabelo antes que caísse. Até gostei do resultado!”
(Liliana in 2)
“Estudo, vejo televisão, desenho, jogo computador, converso na Internet, faço trabalhos de casa, passeio, jogo basquete, ando de bicicleta, vou à escola e à catequese.”
(Alexandre in 2)
“Faço colares, pulseiras e porta-chaves com missangas. Também vejo televisão e brinco com a minha tia.”
(Lara in 2)
“Queria que o cabelo não caísse e que não fosse preciso ficar internada. Também gostava que os valores do sangue não baixassem tanto para não haver tantas infecções.”
(Ana Sofia in 2)
“Inventava um remédio que não desse vómitos.”
(Miguel in 1)
“Os meus melhores amigos são a minha família e duas enfermeiras que gostam muito de mim.”
(António in 1)
“Quando os meus amigos souberam da minha doença, apoiaram-me em tudo. Estou muito grato por isso.”
(Mário Júnior in 2)
“A minha doença ensinou-me muito e fez-me crescer.”
(Mafalda in 1)
“Aprendi a enfrentar os problemas da vida e isso ajudou-me a amadurecer.”
(Ludmila in 2)
“Detesto quando tenho de fazer um exame e só posso comer sopa e iogurte.”
(Cátia in 1)
“A alimentação é importante durante os tratamentos, mesmo que não tenhamos vontade de comer por causa dos enjoos. Temos de nos esforçar para ficar fortes.”
(Ana Sofia in 2)
“Tenho muitos dias bons. Não deixo que os dias mais chatos me deitem abaixo. Quando quero fazer algo, procuro sempre uma forma de o conseguir.”
(Gregório in 1)
“Não quero que ninguém saiba que uso peruca. A minha mãe comprou-me lenços tão bonitos que ninguém vai reparar.”
(Marta in 1)
“Quero curar-me e nunca mais ficar doente.”
(Sebastião in 1)
“Acredito que esta doença vai ser vencida.”
(Pedro in 1)
Lembra-te:
- Falar ajuda a lidar com o medo e a tristeza.
- Outros meninos passaram por isto e ficaram bem.
- Vais ter dias bons e dias mais difíceis.
- Não estás sozinho: os médicos, os enfermeiros, a tua família e os teus amigos estão ao teu lado.

1 – “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”
2- “Oncologia Pediatrica.org”
